Negativa de tratamento pelo plano de saúde: o que fazer quando dizem “não” na hora que você mais precisa?
Você sabia que muitas negativas de tratamento feitas pelos planos de saúde são ilegais? Neste artigo, explicamos quando a recusa é abusiva, o que a Justiça já decidiu sobre o tema e quais são os seus direitos quando o plano se recusa a cobrir exames, cirurgias, medicamentos ou terapias. Descubra como agir para garantir o tratamento que você realmente precisa.
10/7/20243 min read


Poucas situações são tão frustrantes — e perigosas — quanto ter um tratamento médico prescrito e, no momento de buscar a autorização, ouvir um “não” do plano de saúde.
Seja para exames, cirurgias, medicamentos de alto custo ou terapias continuadas, a negativa pode colocar em risco a vida e a saúde do paciente. Mas o que muitos não sabem é que grande parte dessas recusas são indevidas.
Por que os planos de saúde negam cobertura?
Infelizmente, a negativa de tratamento é uma prática comum no setor. Entre os motivos mais frequentes alegados pelas operadoras estão:
O procedimento não consta no rol da ANS;
A medicação é importada ou de uso domiciliar;
O tratamento é considerado experimental ou “sem comprovação científica”;
O profissional ou hospital não é credenciado;
Alegação de carência contratual ou cláusulas genéricas de exclusão.
Ocorre que, na prática, muitos desses argumentos não se sustentam juridicamente. A Lei nº 9.656/98, que regula os planos de saúde, e o Código de Defesa do Consumidor garantem ao beneficiário o acesso à cobertura mínima necessária ao tratamento da doença coberta pelo contrato — e não apenas aos procedimentos listados pela ANS.
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou entendimento no sentido de que o rol da ANS é exemplificativo, ou seja, pode ser ampliado conforme a prescrição médica e as necessidades do paciente.
O que diz a Justiça sobre isso?
A jurisprudência é clara: o plano de saúde não pode interferir na conduta médica, muito menos escolher quais partes do tratamento vai custear. Se a doença está coberta e o médico assistente indicou o procedimento, a operadora tem o dever de custear o tratamento prescrito.
Negar cobertura com base em critérios administrativos, financeiros ou interpretações restritivas de contrato é considerado abusivo e ilegal — e pode ser revertido por via judicial.
Inclusive, em muitos casos, os Tribunais determinam a cobertura imediata do tratamento, sob pena de multa diária, e indenização por danos morais, considerando o sofrimento e a angústia causados ao paciente.
E se o tratamento for urgente?
Em situações emergenciais ou que envolvem risco de agravamento da saúde, o pedido judicial pode ser feito em caráter de urgência, com possibilidade de decisão em poucas horas, obrigando o plano a autorizar o procedimento ou reembolsar integralmente o valor pago. Como nos casos de:
Câncer (oncológicos);
Transtorno do Espectro Autista (TEA);
Tratamentos neurológicos e psiquiátricos;
Internações de urgência;
Cirurgias essenciais e medicamentos de alto custo.
O que você pode fazer se teve o tratamento negado?
Peça a negativa por escrito — isso é seu direito;
Reúna documentos como relatório médico detalhado, exames e prescrições;
Evite assinar qualquer termo de desistência ou aceitar a recusa sem questionar;
Procure orientação jurídica especializada.
É muito comum que o consumidor aceite a negativa por não saber que pode contestá-la. Muitas vezes, a simples intervenção jurídica é suficiente para reverter a recusa — com agilidade e respaldo legal.
Como nosso escritório pode te orientar
Se você ou alguém da sua família teve um tratamento negado pelo plano de saúde, é importante saber: há caminhos seguros e legais para garantir o seu direito. Nossa equipe atua de forma técnica, estratégica e humanizada, buscando soluções rápidas para casos urgentes e o reconhecimento do dever de cobertura nos casos indevidamente recusados.
Cada caso merece atenção individual. E muitas vezes, o que parece ser uma situação sem saída tem solução jurídica concreta e viável.
Se quiser entender melhor seus direitos, saber se a negativa foi mesmo legal e o que pode ser feito para garantir o tratamento necessário, fale com nossa equipe.
Não permita que decisões administrativas coloquem sua saúde em risco.